Dirigido por Spike Lee. Roteirizado por Charlie Wachtel. Baseado no livro Black Klansman por Ron Stallworth. Elenco: John David Washington, Adam Driver, Laura Harrier, Topher Grace, Jasper Pääkkönen, Ryan Eggold, Paul Walter Hauser, Ashlie Atkinson, Corey Hawkins, Alec Baldwin
Sinopse: Em 1978, Ron Stallworth (John David Washington), um policial negro do Colorado, conseguiu se infiltrar na Ku Klux Klan local. Ele se comunicava com os outros membros do grupo através de telefonemas e cartas, quando precisava estar fisicamente presente enviava um outro policial branco no seu lugar. Depois de meses de investigação, Ron se tornou o líder da seita, sendo responsável por sabotar uma série de linchamentos e outros crimes de ódio orquestrados pelos racistas.
Spike Lee, o diretor mais conhecido por suas maravilhosas obras e que se tornaram um marco no cinema como Faça a Coisa Certa (1989), Malcolm X (1992) e Oldboy (2012), agora se junta com o produtor Jordan Peele, o diretor de CORRA! (2017), que venceu o Óscar de Melhor Roteiro Original, para contar mais uma história importante e relevante para os dias atuais.
Baseado em fatos reais, na trama ambientada na década de 70, o recém recrutado policial Ron Stallworth (Washington) se torna o primeiro detetive afrodescendente da cidade de Colorado Springs, nos Estados Unidos. Determinado a fazer diferença, ele pretende se infiltrar e expor o grupo extremista da Ku Klux Klan com a ajuda de seus companheiros, para detê-los de prejudicarem as tantas manifestações civis a favor dos direitos dos negros.
O longa de Lee faz um excelente trabalho equilibrando o absurdo e a realidade. Isto é, por mais que nos primeiros minutos o espectador seja bombardeado com teorias bizarras narradas por Alec Baldwin, podemos ver como cada uma delas se concretiza de uma maneira séria, por mais enfadonhas que sejam. Dessa forma, o diretor jamais deixa de apontar para a sua audiência o quanto aquela ficção é baseada em uma situação bastante presente na vida de muitos em pleno século XXI, já que, ao mesmo tempo, temos a presença e menção de personagens reais como o líder David Duke (Grace) e os revolucionários Angela Davis e Kwame Ture (Hawkins). Tampouco é à toa, pois, que Infiltrado na Klan se encerra com imagens documentadas dos conflitos sociais e racistas causados por uma sociedade que em muito reflete também o comportamento do resto do mundo.
Outras referências metalingüísticas fazem de Infiltrado na Klan um instigante trabalho tecnicamente, não somente pelas referências ao longa de D. W. Griffith, o que inclui a montagem paralela executada em diversas partes (recurso que tornou a marca de consagração do filme), mas também em relação ao uso da arma apontada para a quarta parede, típico dos protagonistas negros dos filmes de Quentin Tarantino, como Jackie Brown (1997) e Pulp Fiction (1994), a granulação da película da fotografia, além de um trabalho maravilhoso de maquiagem e figurino que incorporam muito bem a época setentista.
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